Segurança no agronegócio
Conteúdo publicado originalmente no Diário do Comércio.
O interior sempre foi um gerador de riquezas no Brasil e é considerado o domicílio do agronegócio, setor que hoje é reconhecido como crucial para o crescimento do País, respondendo por aproximadamente 27% do PIB (Produto Interno Bruto). Toda essa evolução do setor ocorreu graças aos avanços em pesquisas, tecnologias e processos.
Com o impulso tech, o agro nunca esteve tão pop, valorizando suas atividades e tudo o que está ao seu redor. Entretanto, esse desenvolvimento traz à tona uma preocupação crônica que persiste: a segurança. Os milhões investidos em desenvolvimento agrário, aquisição de insumos, maquinário, animais e até terras incrementam o crescimento agrário, assim como as estatísticas de roubos e furtos.
Infelizmente, o campo não é tão tranquilo quanto se parece. Impasses como conflitos políticos e de propriedades, passando pelo desmatamento até chegar ao cenário da violência fazem parte da realidade dos agropecuaristas de norte a sul do País.
O ambiente rural é, muitas vezes, complexo devido às suas características e se torna um desafio no setor da segurança, tanto pública quanto privada. Riscos como sabotagens, furtos e roubos fazem a área rural, que é uma mina de ouro em investimentos, se tornar uma mina terrestre quando os riscos se concretizam.
Quando se fala em pecuária, o abigeato, ou seja, furto de animais, é uma realidade que preocupa os donos de gado em todo o País. Estarmos numa área livre da febre aftosa condicionou ao aumento da cotação do boi brasileiro tanto no mercado financeiro quanto nas incidências de roubos. Em pesquisa realizada pelo Canal Rural, nos dados coletados entre 2018 e o primeiro trimestre de 2022, percebeu-se o aumento diretamente proporcional entre o preço da arroba do boi e o dos roubos de cabeça de gado no Estado de Minas Gerais.
O furto e roubo de máquinas e insumos agrícolas também faz parte desse problema, principalmente por se tratar de itens caros e nem sempre protegidos. Esse tipo de delito é um dos mais graves ao produtor e o mais praticado pelos bandidos, uma vez que os objetos de furto não costumam ter identificação e vão direto para a mão de receptadores, o que torna a recuperação uma batalha jurídica.
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