Pesquisa analisa impacto das novas tecnologias na segurança pública
O livro com os resultados desta pesquisa será entregue para instituições como a Polícia Civil, Polícia Militar e o Ministério Público a fim de potencializar a segurança pública na era digital.
Drones, câmeras corporais e outras ferramentas tecnológicas utilizadas para investigação criminal têm alterado a dinâmica do Sistema Penal, que não é mais a mesma em comparação a algumas décadas passadas. Com o ingresso dessas novas tecnologias na segurança pública e na investigação criminal, a Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV Direito Rio) desenvolveu um projeto de pesquisa para entender de que forma essas novas tecnologias impactam no funcionamento da justiça criminal.
Com base na análise de mais de 2.000 notícias divulgadas na grande mídia, o estudo constatou que a tecnologia mais evidente no combate à criminalidade no Brasil são os drones, adotados por 63% das forças armadas, seguida das câmeras OCR, com 44%. O reconhecimento facial também possui um grande destaque entre as ferramentas tecnológicas estando presente em 33% das ferramentas tecnológicas, seguido das câmeras nos uniformes dos policiais, que já são usadas em 22% das forças de segurança pública do país. Por fim, o policiamento preditivo, capaz de aplicar modelagem por computadores a dados criminais passados é utilizado em 7% dos estados.
Esses e outros resultados, que deram origem a um livro que será lançado em breve, foram apresentados em um evento no dia 29 de março, na sede da FGV no Rio de Janeiro, com a participação de instituições a exemplo do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, entre outras. Além de possibilitar uma melhor compreensão sobre os principais desafios a serem enfrentados com a chegada das novas tecnologias, o estudo também pode gerar medidas de regulamentação e auxiliar na criação de políticas públicas voltadas para segurança.
A pesquisadora Fernanda Prates afirma que ao longo das entrevistas realizadas com os atores dessas instituições, que atuam na linha de frente do Sistema Penal, ficou evidente como essas novas tecnologias são imprescindíveis. E ao mesmo tempo em que elas se tornam cada vez mais fundamentais para as atividades do dia a dia, também surge a necessidade de compreender melhor quais são as maneiras mais eficazes de implementar a tecnologia no dia a dia desses profissionais.
“Agora que entendemos que não dá para voltar atrás, e que essas ferramentas farão parte da vida desses atores, queremos dialogar junto com eles e também escutar seus respectivos feedbacks. Esse diálogo pode suscitar novas regulamentações, auxiliar as instituições, e entender melhor como aplicar essas tecnologias de forma a serem aproveitadas em toda sua potencialidade”, explicou Fernanda.
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